Nesta quinta-feira (16), o clima político em Curitiba está em alta tensão, especialmente entre figuras influentes como Sergio Moro (UNIÃO-PR) e Ademar Traiano (PSD-PR). As trocas de farpas entre eles surgem em meio a graves denúncias de corrupção que marcaram a semana.
O ex-juiz e senador Sergio Moro começou o dia rebatendo declarações do deputado estadual Ney Leprevost (UNIÃO-PR), que foi candidato à prefeitura e tinha como vice a deputada federal Rosângela Moro (UNIÃO-SP), esposa do senador. As provocações entre eles acirraram ainda mais o clima já tenso na disputa eleitoral.
Moro também dirigiu suas críticas a Ademar Traiano durante um pronunciamento no Plenário do Senado Federal na última terça-feira (15). O senador chamou atenção para as acusações que envolvem Traiano, atual presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Segundo Moro, Traiano foi acusado de solicitar R$ 300 mil em suborno de um empresário em troca da renovação de um contrato com a Alep.
Ele destacou que Traiano firmou um acordo de não persecução penal com o Ministério Público do Paraná, onde admitiu ter recebido os valores. Apesar da confissão, o deputado continua exercendo seu mandato e a presidência da Alep, o que, para Moro, é inaceitável.
— É inaceitável que alguém que confessa ter solicitado suborno continue no comando da Assembleia Legislativa do Paraná. Não podemos ter um parlamentar que admite ter recebido propina exercendo um cargo tão importante — afirmou Moro.
Para o senador, a permanência de Traiano no cargo após sua confissão é uma afronta à dignidade da posição que ocupa. Ele pediu que o deputado renunciasse ao cargo em respeito à confiança depositada por seus eleitores.
Em resposta, Traiano usou suas redes sociais para contestar Moro. Ele alegou que suas ações se baseiam em um acordo legalmente firmado com o Ministério Público e homologado pela Justiça. O deputado ressaltou que o acordo de não persecução penal é uma ferramenta legal e criticou Moro por sua suposta frustração pessoal após a derrota de sua esposa nas eleições em Curitiba.
Traiano também lembrou que Moro, como ex-juiz, deveria estar ciente dos procedimentos legais, e desafiou o senador a apresentar sua própria certidão de antecedentes, aludindo a processos que Moro enfrenta no Supremo Tribunal Federal.
Com as trocas de farpas, a expectativa é que a tensão política em Curitiba continue a crescer, especialmente com a proximidade do segundo turno das eleições. A disputa acirrada e as provocações entre Moro e Traiano revelam um cenário repleto de desafios e rivalidades no atual panorama político paranaense.
