Apoio de Bolsonaro nas eleições municipais do Paraná em 2024 tem efeito limitado em candidaturas locais

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Com o crescimento da lista de candidatos interessados no apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições municipais de 2024, o líder político organizou sua agenda para atender a compromissos eleitorais, buscando pavimentar uma base para uma eventual candidatura em 2026. Dada a extensão continental do país e o tempo reduzido para múltiplos encontros, Bolsonaro optou por lançar um site para indicar os candidatos de sua preferência e realizar algumas visitas pontuais. No Paraná, ele percorreu nove cidades do interior durante o 1º turno, com um saldo de 44% de êxito em apoiar candidatos vitoriosos.

Em Curitiba, onde o PL compôs a chapa vitoriosa com Eduardo Pimentel (PSD) e Paulo Martins como vice, Bolsonaro declarou apoio, mas não compareceu presencialmente, optando por uma postura neutra no 2º turno. Situação similar ocorreu em Cascavel, onde apesar de um apoio inicial para Renato Silva, a manifestação pública não se concretizou após o filho de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, declarar voto em Marcio Pacheco (PP). Renato Silva venceu a eleição já no 1º turno.

No final de agosto, o tour de Bolsonaro pelo Paraná contemplou Londrina, onde apoiou Tiago Amaral, que venceu no 2º turno. Em Foz do Iguaçu, obteve êxito com a eleição do general Joaquim Silva e Luna (PL), em Assis Chateaubriand, com Michel Micheletto (PL), e em Maringá, onde Silvio Barros (PP) foi eleito com Sandra Jacovós (PL) como vice.

Apesar desses resultados, em outras cinco cidades paranaenses os candidatos bolsonaristas foram derrotados: em Marechal Cândido Rondon, Arion Nasihgil (PL) perdeu para Backes (PP); em Umuarama, Marcelo Nelli (PL) foi superado por Fernando Scanavaca (Republicanos); e em Campo Mourão, Rodrigo Salvadori (PL) foi derrotado por Douglas Fabrício (Cidadania). Em Cianorte e Arapongas, Rodrigo Guimarães (PL) e Jair Miliani (PL) perderam para Marco Franzato (PSD) e Rafael Cita (PSD), respectivamente.

Além disso, o ex-presidente não compareceu a Ponta Grossa, onde Marcelo Rangel (PSD) e seu vice, Sebastião Mainardes Júnior (PL), ficaram fora do 2º turno, vencido por Elizabeth Schmidt (União). A ausência foi atribuída à falta de participação do PL na articulação da chapa de Rangel.

As eleições de 2024 destacaram que o apoio de lideranças nacionais, como Bolsonaro e Lula, possui influência limitada em disputas municipais, onde o eleitor tende a priorizar candidatos que abordam problemas locais em vez de questões ideológicas.

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