A novela candidatura Cileninho parece ter chegado ao fim

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As eleições em Mandaguari costumam ser intensas, e o pleito de 2024 não foi diferente, apresentando uma série de surpresas que poderiam ser comparadas a uma novela. Desde 1992, Mandaguari não tinha seis candidatos a prefeito, e neste ano, a eleita foi Enfermeira Ivoneia Furtado (PSD), com 33,05% dos votos, totalizando 6.694 votos. Os outros candidatos foram Cileninho (PP), que obteve 29,05% (5.884 votos), Batistão (PV) com 17,84% (3.614 votos), Jorge do Alambique (PDT) com 13,85% (2.805 votos), Celso Martini (MOBILIZA) com 5,18% (1.050 votos) e Marcia Serafini (PODE) com 1,03% (209 votos).

A eleição foi acirrada, com uma diferença de apenas 4% entre o primeiro e o segundo colocados, contrastando com as eleições municipais de 2020, quando Ivoneia foi eleita com 57,86% dos votos, derrotando Marquinhos da Garagem, que fez 31,94% (6.415 votos), além de Prof. Hudson Guimarães, que obteve 2.049 votos (10,20%).

Um fato marcante foi que Furtado já havia sido vice-prefeita de Batistão na gestão de 2013-2016, mas a relação entre os dois se deteriorou logo no início. Ambos disputaram as eleições de 2016, onde Batistão triunfou com 51,69% (10.418 votos) contra Ivoneia, que fez 48,31% (9.735 votos). Neste pleito de 2024, Jorge do Alambique, atual vice-prefeito e companheiro de Ivoneia, também disputou as eleições após desavenças com a prefeita.

A situação jurídica de Cileninho complicou ainda mais a eleição. Ele tinha como vice-prefeito o vereador Chiquinho (PP), o mais votado da última eleição, formando uma dupla considerada forte. Contudo, surgiram dúvidas sobre a elegibilidade de Cileninho, que estava com os direitos políticos suspensos devido a uma condenação em Ação Civil Pública por ato de improbidade administrativa, relacionada a uma terraplanagem feita para a empresa Prorelax, sem a devida aprovação legislativa.

A equipe jurídica de Cileninho conseguiu um despacho que o tornou elegível. Após a decisão, o Ministério Público apresentou embargos de declaração, e o caso novamente foi levado ao juiz substituto Rodrigo da Costa Franco, que manteve a decisão de torná-lo elegível. Porém, a ação foi promovida ao Tribunal de Justiça em Curitiba. A desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima acatou um pedido de liminar, que suspendeu novamente os direitos políticos de Cileninho. Nesse intervalo, a candidatura já havia sido registrada e aguardava julgamento.

Com a liminar conquistada, a candidatura veio a ser indeferida, e a equipe do candidato apresentou embargos, que foram rejeitados. Eles, então, entraram com recurso na ação eleitoral. Nesse entreato, a liminar que havia sido concedida ao Ministério Público foi revogada, permitindo que Cileninho fosse considerado apto novamente.

Após a eleição, na última segunda-feira, 14, a desembargadora eleitoral Cláudia Cristina Cristofani, analisou a situação e, considerando que Cileninho não foi eleito, decidiu que o recurso sobre sua elegibilidade perdeu o objeto. Isso significa que a análise sobre sua candidatura não teria mais efeito prático.

Assim, a novela da candidatura de Cileninho parece ter chegado ao fim, enquanto a prefeita reeleita Enfermeira Ivoneia Furtado está encerrando sua atual gestão e se prepara para iniciar seu novo mandato de 2025 a 2028, a partir de 1º de janeiro de 2025. A equipe do Informativo Paraná deseja sucesso à prefeita em sua nova jornada.

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