Nesta última terça-feira, 29, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que a direita brasileira não possui liderança política efetiva além da sua. Segundo ele, qualquer tentativa de articulação política à direita, sem o seu comando, é “utopia”. Bolsonaro argumentou que nenhum outro político domina “a linguagem do povo” como ele, ressaltando que outros líderes não conseguem mobilizar o público da mesma forma. “Já tentaram várias vezes e não conseguiram. Esses caras juntam quantas pessoas no aeroporto num bate-papo?”, questionou o ex-presidente.
Na mesma ocasião, Bolsonaro reagiu a declarações do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que o havia chamado de “desrespeitoso” e “deselegante” em entrevista ao Estadão. O embate entre os dois foi intensificado após a eleição para a prefeitura de Goiânia, na qual o candidato apoiado por Caiado, Sandro Mabel (União Brasil), venceu Fred Rodrigues (PL), que contava com o apoio de Bolsonaro.
Embora Caiado tenha apoiado Bolsonaro nas disputas presidenciais anteriores, os dois já haviam discordado anteriormente, especialmente durante a pandemia de covid-19, quando Caiado criticou Bolsonaro por, segundo ele, “lavar as mãos” e transferir a responsabilidade da crise aos governadores.
Além de suas divergências com Bolsonaro, Caiado está entre os nomes especulados para a corrida presidencial de 2026, ao lado dos governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo. Bolsonaro, que segue inelegível, admitiu que negocia uma possível anistia com o Congresso, embora tenha enfatizado que a prioridade são os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Quando questionado sobre um possível candidato a vice, ele desconversou: “Nem arranjei a namorada e vocês querem que eu marque a data do casamento.”