Mãe denuncia terapeuta por agressão a filha autista em Apucarana

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Uma denúncia alarmante foi feita por uma mãe de Apucarana, que acusa um terapeuta da Unimed de agredir sua filha autista de apenas 8 anos durante sessões de terapia ocupacional. Segundo a mãe, os episódios de maus-tratos ocorreram em outubro do ano passado, e imagens das câmeras de segurança, que inicialmente foram negadas pela clínica, expuseram o comportamento abusivo do profissional.

Relatando os acontecimentos, a mãe explicou que, após cerca de 40 minutos de sessão, sua filha saiu correndo da sala, visivelmente assustada, dizendo que o “tio estava bravo” e que havia “perdido o balanço do sapo”. Ela pediu à psicóloga que chamasse a supervisora, ciente da existência das câmeras, mas o terapeuta saiu sem dar qualquer explicação.

A mãe também enfrentou dificuldades ao tentar obter as gravações de segurança. “Eles relutaram em me mostrar as filmagens. Tive que insistir, pois minha filha não conseguia verbalizar o que havia acontecido. Sempre que falava sobre a Unimed, ela dizia que não queria mais ir, mas não sabia o motivo. Pensei que fosse apenas cansaço, mas ao ver as imagens, percebi o que realmente estava acontecendo. Fiquei em choque,” desabafou.

A advogada da família, Andressa Cristina Gomes, enfatizou que as imagens revelaram que os maus-tratos não foram um caso isolado. “O boletim de ocorrência deixa claro que esses abusos aconteceram em várias ocasiões. Esperamos que, especialmente em situações envolvendo crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o tratamento seja cuidadoso e rigoroso, como a legislação federal exige. É isso que a mãe deseja, e que todos desejamos, para que outras crianças não passem por isso,” declarou a advogada.

O presidente da Unimed Apucarana, Ribamar Maronese, comentou sobre o caso, afirmando que a clínica tomou providências assim que soube do incidente. “Esse atendimento ocorreu há um ano. Assim que recebemos a denúncia, afastamos o terapeuta e iniciamos uma sindicância com gestores e supervisores especializados no atendimento a crianças com TEA,” explicou.

Maronese revelou que, segundo a sindicância, houve “impaciência e destempero” por parte do terapeuta. “Não compactuamos com esse comportamento. A Unimed busca o melhor para seus beneficiários, por isso desligamos o profissional e oferecemos todo o suporte psicológico e terapêutico necessário à criança e à sua família. Estamos prontos para colaborar com a família e com a justiça no que for necessário,” acrescentou.

Contudo, ao contrário do que foi declarado pelo médico, as imagens mostram momentos de pavor e agressões que podem ser comparadas a tortura. A criança, ao perceber a distração do terapeuta, conseguiu fugir da sala, sendo seguida pelo profissional, que tentou impedi-la de alcançar sua mãe. Ao buscar proteção, a menina indicou que algo estava errado. Inicialmente, a Unimed hesitou em fornecer as imagens à mãe, mas, após a solicitação da delegacia, ficou evidente que as agressões ocorreram em várias sessões. A criança já apresentava sinais de regressão e se recusava a continuar as terapias com o terapeuta.

O caso permanece sob investigação, e a família busca respostas e garantias para evitar que outras crianças vivam experiências semelhantes.

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