Homem esquartejado em Foz do Iguaçu pode ter sido morto por ter relacionamento com esposa do suspeito, diz delegada

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Em entrevista coletiva nesta terça-feira (22), a Delegada de Polícia Civil Iane Cardoso do Nascimento afirmou que o crime contra Cleiton Eugênio Vaz da Silva, de 33 anos, encontrado morto e esquartejado no lago de Itaipu pode ter sido motivado por traição.

“De acordo com o que foi apurado, identificamos que a vítima teria mantido um relacionamento com a esposa do investigado durante a constância do matrimônio e que esse teria sido o motivo do término do relacionamento e que ela estava convivendo atualmente com a vítima”, afirmou a delegada.

O investigado mencionado por ela é um homem de 40 anos suspeito pelo crime e que foi preso na segunda-feira (21). Segundo a polícia, ele e Cleiton eram amigos.

Cleiton desapareceu no dia 9 de outubro e foi encontrado cinco dias depois, no dia 14 de outubro, por autoridades paraguaias. Segundo a polícia, o corpo estava “mutilado e com uma pedra amarrada à cintura”. Veja cronologia do crime mais abaixo.

Do desaparecimento à identificação do suspeito

Após o desaparecimento da vítima e dias depois, com o corpo encontrado, a Polícia Civil afirma que intensificou as investigações e descobriu que o crime ocorreu no box de um condomínio residencial que também funciona como clube náutico, às margens do lago de Itaipu, e que é do suspeito.

Segundo a polícia, imagens que constam no inquérito policial, mas não divulgadas pelo órgão, mostram que a vítima foi vista pela última vez indo em direção ao box do suspeito. As câmeras de vigilância foram desligadas, segundo a polícia, intencionalmente.

A polícia chegou ao local após familiares relatarem o desaparecimento da vítima e indicarem que ele havia ido ao clube encontrar o amigo e que ao questionarem suspeito sobre o paradeiro da vítima, que ele informou que o mesmo tinha ido ao Paraguai.

“Após os familiares deixarem o local, as câmeras continuaram sendo manipuladas, com frequentes desligamentos e ligamentos. O autor foi flagrado agindo de forma suspeita, alterando também a posição das câmeras e movimentando objetos no local em data de 10/10”, afirmou a Polícia Civil.

Sangue no box e cronologia do crime

Com a suspeita de autoria do crime, uma perícia foi realizada na área externa ao box do investigado e constatou presença de sangue no local. Um carro e uma lancha do suspeito, retirados do local após o crime, foram apreendidos e passam por perícia.

Segundo a polícia, o suspeito em companhia de outro homem, foram vistos saindo com a lancha no dia 10 de outubro, dia seguinte ao crime e indo em direção ao lago de Itaipu. Eles demoraram cerca de duas horas para retornarem, conforme a delegada Yane.

Após a prisão preventiva, o preso foi encaminhado à Cadeia Pública de Foz do Iguaçu. Além da prisão, a polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão da casa do suspeito. No local, peritos encontraram vestígios de sangue em diversas superfícies.

No interrogatório, o suspeito permaneceu em silêncio.

Ordem cronológica dos acontecimentos, segundo a Polícia Civil:

9 de outubro (data do desaparecimento):

  • Por volta das 11h30, suspeito é visto indo em direção ao padrão de energia do clube, logo em seguida as câmeras de vigilância do bloco onde possui um box residencial param de funcionar;
  • Por volta das 12h13 a vítima, em sua caminhonete, chega ao clube, onde o suspeito reside;
  • Por volta das 12h45 a vitima faz uma chamada de vídeo para um amigo , que vê que Cleiton está na casa do suspeito e na companhia deste;
  • Por volta das 15h25 a vítima deixa o clube e vai a um estand de tiro, onde conversa com um amigo, mas logo retorna, às 15h45 e segue sentido à casa do suspeito;
  • Por volta das 17h30 familiares já estranham porque Cleiton não responde mais as mensagens;
  • Por volta das 18h7 as câmeras do bloco são ligadas e vê-se o veículo da vítima estacionado ao lado do box do suspeito;

10 de outubro

  • Por volta das 6h55 familiares da vítima chegam ao clube procurando por ela;
  • Por volta das 7h37 após a saída dos familiares da vítima, suspeito se dirige ao padrão de energia e as câmeras do bloco onde ele reside mais uma vez são desligadas. Às 09:45 as câmeras são ligadas novamente;
  • Por volta das 10h31 as câmeras são desligadas de novo e só são religadas às 14:30;
  • Por volta das 15h20 a lancha que estava estacionada em frente ao box do suspeito é retirada do local pelo proprietário e pelo suspeito;

14 de outubro

  • Por volta das 10h vestígios de sangue são encontrados nas proximidades do box do suspeito, na área externa. Polícia Cientifica é acionada;
  • Final da tarde o corpo da vítima, esquartejado, é localizado no lago de itaipu, na cidade de Hernandarias no Paraguai.

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