Moro e Deltan reagem à anulação das condenações de José Dirceu pelo STF

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Após a decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular as condenações do ex-ministro José Dirceu na Lava Jato, o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol reagiram com duras críticas à decisão. Ambos questionaram a justificativa de Gilmar Mendes para anular as sentenças, destacando o impacto dessa decisão sobre o combate à corrupção no Brasil.

Por meio das redes sociais, Moro afirmou que a anulação carece de “base convincente” e “existência de provas”. Ele destacou que Dirceu havia sido condenado por três instâncias, incluindo o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que em 2022 ratificou uma pena de 27 anos de prisão contra o ex-ministro por envolvimento em esquema de propinas na Petrobras. Moro contestou a ideia de que houvesse um “conluio” entre as instâncias judiciais envolvidas nas condenações, chamando-a de “fantasia”.

Foto: Pedro França / Agência Senado

Deltan Dallagnol, por sua vez, ressaltou que a decisão de Gilmar Mendes “blinda” José Dirceu, permitindo que ele recupere seus direitos políticos e possibilitando uma eventual candidatura pelo PT em 2026. O ex-procurador ainda comparou o caso de Dirceu com o de outros réus que continuam presos, como a cabeleireira Debora Rodrigues e o ex-policial Marco Alexandre, cujos casos ele considera injustos. Para Deltan, a anulação reforça uma “imunidade política” em favor de figuras do alto escalão envolvidas em corrupção, destacando o que vê como uma mudança preocupante na política de justiça brasileira.

Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados

Ambos os ex-integrantes da Lava Jato expressaram preocupação sobre o impacto dessa anulação na imagem do Judiciário e no combate à corrupção. Deltan questionou a seletividade da aplicação da lei, sugerindo que há um contraste entre a decisão de libertar José Dirceu e outras prisões preventivas que, segundo ele, carecem de provas.

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