O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) participou do ESG Summit Brazil Journal, em São Paulo, onde defendeu a importância de um alinhamento entre o setor público e a iniciativa privada para avançar no desenvolvimento sustentável. Durante sua apresentação em um dos painéis de debate do evento, ele destacou os avanços significativos obtidos pelo Paraná ao longo dos últimos seis anos, ressaltando que o Estado é um exemplo de boas práticas em sustentabilidade.
“O Paraná tem a maior área de Mata Atlântica protegida na América do Sul, o maior programa de reflorestamento de árvores nativas do País, o maior programa de repovoamento de rios e é responsável por cerca de 20% da energia elétrica do Brasil, sendo 98% dela produzida a partir de fontes limpas e renováveis”, afirmou Ratinho Junior.
O governador também mencionou que a cobertura de saneamento básico no Estado chegou a 83%, com a meta de universalização até 2028. Ele enfatizou que a falta de coleta e tratamento de esgoto é um dos principais fatores de poluição, e que a universalização do saneamento é uma grande medida visando à proteção do meio ambiente.

Foto: Jonathan Campos/AEN
Essas políticas públicas consolidaram o Paraná como o estado mais sustentável do Brasil por quatro anos consecutivos, segundo o Ranking de Competitividade dos Estados, e o colocaram como um exemplo mundial em desenvolvimento sustentável, reconhecido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Ratinho Junior também comentou sobre o pioneirismo do Paraná ao criar um Comitê Público-Privado sobre ESG (sigla em inglês que significa Ambiental, Social e Governança). A iniciativa foi formalizada recentemente e envolve 21 secretarias estaduais, autarquias e grandes empresas como Copel, Sanepar, Mondelez, Boticário, Renault e Heineken. O objetivo do comitê é estruturar políticas que incentivem o crescimento econômico, assegurando impactos positivos em sustentabilidade e responsabilidade social.
Durante as discussões, o governador destacou como o Paraná tem se preparado para enfrentar as mudanças climáticas, que têm causado uma série de problemas no Brasil e no mundo, como estiagens prolongadas, chuvas severas, incêndios florestais e enchentes. Ele mencionou iniciativas, como a criação de áreas de proteção próximas aos grandes rios do Estado, um planejamento de longo prazo para preservação da água e estímulo à transição energética no meio rural.
“Estamos fazendo um projeto em parceria com os municípios, começando por Curitiba, para a construção de um grande corredor de biodiversidade às margens do Rio Iguaçu, que nasce na Capital paranaense e termina em Foz do Iguaçu, para proteger esse grande ativo do Estado que se estende por mais de 1.300 quilômetros”, explicou Ratinho Junior.
O governador também anunciou que o Estado deve fechar uma parceria com o Banco Mundial para a elaboração do primeiro plano diretor hídrico do Brasil, que visa entender o volume de água disponível e gerenciá-lo de forma sustentável para as próximas gerações.
Outro exemplo abordado foi o Banco do Agricultor Paranaense, que oferece financiamentos com condições facilitadas para agricultores que desejam instalar sistemas de geração de energia a partir de placas solares ou biogás em suas propriedades. Ratinho Junior ressaltou que este programa não só tem um apelo ambiental, mas também social, pois ajuda a reduzir custos para pequenos e médios produtores.

O Governo do Estado também está desenvolvendo uma estrutura de monitoramento mais resiliente a questões climáticas. Nos próximos meses, dois novos radares e 25 estações meteorológicas serão integrados ao Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), além da renovação do monitoramento da região costeira com dispositivos que coletarão informações sobre as condições marítimas e atmosféricas.
O painel do ESG Summit contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o diretor da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Carlos Takahashi; o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara; e a head de ESG da Astella Investimentos, Lina Lisbona, todos discutindo a importância do financiamento sustentável para o futuro do desenvolvimento econômico e ambiental.